Encontro com Trump - O presidente Lula afirmou, nesta segunda-feira (27), que conversou com Donald Trump sobre Jair Bolsonaro, mas disse que o ex-presidente "faz parte do passado da política brasileira".
Os líderes do Brasil e Estados Unidos se reuniram na Malásia para discutir sobre o tarifaço e sanções contra autoridades brasileiras.
"Ele sabe que rei morto, rei posto. Ele sabe. O Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira.
Eu ainda disse para ele, com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber, sabe, que o Bolsonaro era nada, praticamente", afirmou.
Lula afirmou ainda ter dito a Trump que foi uma inverdade o que foi falado sobre o julgamento de Bolsonaro em carta dos EUA para justificar a taxação ao Brasil.
O presidente disse que explicou a Trump que o julgamento foi "muito sério, com provas muito contundentes".
"Eu disse para ele a gravidade do que eles tentaram fazer no Brasil.
Disse a ele que eles têm um plano para matar a mim, para matar meu vice-presidente, matar Alexandre de Moraes", disse Lula.
A reunião entre os presidentes, que aconteceu neste domingo, marcou um novo passo das negociações entre os dois países.
Essa foi a primeira vez que os líderes se encontraram oficialmente para conversar sobre as tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras.
Antes disso, Trump e Lula chegaram a falar por telefone e se encontraram brevemente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.
Relações políticas e sanções americanas
Segundo Lula, o tema “Bolsonaro” surgiu por iniciativa do próprio governo brasileiro, que pediu o cancelamento de sanções impostas a autoridades do país — entre elas, a suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “A Lei Magnitsky é política, vai ser resolvida entre Trump e eu”, disse o presidente.
Lula relatou ainda que explicou a Trump as razões jurídicas da condenação de Bolsonaro, afirmando que a ação penal foi baseada em provas robustas, que comprovariam um plano de assassinato contra ele próprio, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o presidente, os magistrados do STF apenas cumpriram o devido processo legal, garantindo o contraditório e a ampla defesa.