A Polícia Civil interditou 49 postos de combustíveis durante a Operação Carbono Oculto 86, deflagrada na terça-feira (4) no Maranhão, Piauí e Tocantins. A ação investiga a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e o uso de empresas de fachada e fundos de investimento para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
No Maranhão, os estabelecimentos interditados estão em Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras.
De acordo com a investigação, o grupo criminoso utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Segundo a Secretaria de Segurança, o trabalho de inteligências financeira e policial revelou a ligação entre empresários locais e operadores financeiros já investigados na Operação Carbono Oculto, que atua em âmbito nacional contra o esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
A Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas.
Braço do PCC no Nordeste
A investigação teve início após a venda da rede HD, que possui dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A polícia descobriu que a rede foi vendida à Pima Energia e Participações, que havia sido criada apenas seis dias antes da operação.
Informações levantadas pelos investigadores indicaram ainda inconsistências patrimoniais e alterações societárias suspeitas.
A investigação identificou ainda remessa de mais de R$ 700 mil de um dos suspeitos para uma empresa citada na operação Carbono Oculto por ligação com o esquema do PCC.
Ainda segundo a investigação, há indícios de fraude fiscal e de emissão de notas fiscais frias pelo grupo, além do uso de fundos e holdings para ocultar recursos.