Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal, em espaço com cama, banheiro privativo e uma mesa de trabalho. A sala conta com televisão, frigobar e ar-condicionado e fica no térreo do prédio principal da sede regional do órgão em Brasília.
Na manhã desde sábado (22), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a PF prendeu Bolsonaro preventivamente sob a justificativa de garantir a ordem pública, após autoridades do Distrito Federal identificarem uma tentativa de violação do tornozeleira eletrônica usada por ele. O ex-presidente estava em regime domiciliar desde 4 de agosto.
A decisão de Moraes também menciona uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, em frente ao condomínio onde mora o pai.
A ida de Bolsonaro para a superintendência da PF, porém, pode alterar essa situação, e a carceragem da corporação ser o local para início da execução penal.
Isso porque a ação penal da trama golpista está em contagem de prazo para os últimos recursos das defesas e, a partir da segunda (24), há a possibilidade de a tramitação processual ser encerrada por Moraes, quando é cabível mais recorrer (tecnicamente, o trânsito em julgado).
A sala na sede regional da PF em Brasília é reservada a autoridades e outras figuras públicas, caso do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, preso no ano passado por posse ilegal de arma de fogo durante operação da PF sobre a trama golpista.
Políticos de peso envolvidos em escândalo no passado —entre outros, o senador Delcídio do Amaral (MS), o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o então juiz João Carlos Rocha Mattos— já foram abrigados na superintendência.